Sofia Ribeiro Fernandes, crónicas de uma Mãe Pediatra e de uma Pediatra Mãe



Sofia Ribeiro Fernandes, crónicas de uma Mãe Pediatra e de uma Pediatra Mãe


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Duas Ss, por favor!

Pedaço de tarde em que a pele arrepiada casou-se com a ria, serena, calma, pálida...
O prometido durante...

Fotografia: Ricardo Silva
Produção: Hair and Make-up by Leila

Serenidade

Paz

Rare Disease Day 2014

Sabias que uma em cada dez pessoas tem uma doença rara?
Sabias que existem 6000 a 7000 doenças raras e que todos os dias surgem novas doenças?
Sabias que as doenças raras podem manifestar-se logo à nascença ou muitas vezes só na idade adulta?
Mas, mais simples ainda, sabes o que é uma doença rara?
Doença, provém do latim dolentia, é um distúrbio das funções de um órgão ou de um organismo. Rara, é o feminino de raro, derivado do latim rarus, que significa difícil de encontrar, escasso, invulgar, incomum, extraordinário e singular. 
Esta é a definição de doença rara: um distúrbio das funções de um órgão ou organismo, que é difícil de encontrar. Sim, a definição para as pessoas que sabem de cor e salteado a teoria dos livros, as que escrevem um drama nas entrelinhas das notícias, as que se vestem de cinzento, as que não gostam do calor do Verão, as que não lambem a colher de pau depois de bater um bolo, as que não dizem uma asneira quando o dedo fica prensado na porta...
Mas, para as pessoas que pintam a chuva de cor-de-rosa, as pessoas que caminham na lama pegajosa como se fosse erva salpicada de margaridas, as pessoas que aprenderam a jogar à macaca no chão de pedras pontiagudas, a definição é outra... Tem um nome, um nome próprio com a letra maiúscula a que tem direito, com rosto, com vontades (muitas...) e com um amor sem fim...

O do ano 2013 podem espreitar aqui, clica.

Em modo Rodritui... raramente cozinha, é mais de comer

Raramente me vêem assim, alter-ego, Homem-aranha

Raramente me conseguem fotografar tão quieto

Raramente lanço teias à frente de uma lente, mas não podia deixar que acontecesse





quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

De quatro a seis

Sítios desconhecidos por entre ruelas de gente de boas tardes a quem passa, ponteados de cegonhas aqui e acolá. Frio gélido que arrepia as pedras do caminho. Um cesto recheado de peças de infância, duas barrigas, um casal de meninos, um fotógrafo a transbordar ideias num atropelo delicioso e um par de mãos mágicas e pincel... Fica para já o antes porque o durante só aos vestidos molhados e à lente do R. pertencem... Fotografia por http://www.ricardosilvafotografia.com

Ao R. e à sua máquina, à M. com barriga de menino, à L. dos pincéis e palete de cores e ao meu P. que por entre sorrisos e olhares desconfiados, lá vai alinhando nestes devaneios de mim....
As fotografias de seguida são leigas, retratos meus e do P. ...

Pedaços de infância
Qual? Todos


Cabelo negro esparguete ficou em modo caracol para se desfazer com o vento












terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Chá de bebé

Chá de bebé,  porquê? 
Porque adoro chá. Chá em saquetas ou chá de ervas colhidas no campo. Chá de chaleira antiga ou chá  veloz-eléctrico. Chá transparente de tília ou chá cor-de-rosa-morango. Chá com perfume a nada ou chá de maçã e canela. Chá em chávena de porcelana fina ou chá em copos grosseiros de vidro reciclado. Chá quase sempre com uma colherada de açúcar. Chá com scones e compota de framboesa ou chá para a garganta vermelha do P.
E, porque adoro bebés, azuis, cor-de-rosa e de todas as cores.

Em preparativos ávidos de um branco e rosa pálido...

E porque as Ss são Sssssolidárias, deixem umas dicas para que possamos fazer deste chá um pouco mais do que um capricho. Quem precisa de um chá? Aceitam-se nomes de instituições e contactos para que possamos enviar para a escolhida aquilo que mais precisam, desde que nos digam o quê...  


Preparativos... 



Um Dia no Mercado

Sábado de um sol radiante que lambia as janelas airosas do Palácio do Freixo, as bancas alinhavam-se  de tons pastel e perfume a pó de talco... Deliciosamente passeavam-se os pais com os bebés de colo enquanto as mães se debatiam para alcançar os vestidos e os laços mais voluptuosos. Adorei comprar coisas e coisas e adorei a pergunta de muitas bancas-blogger "É a Sofia das crónicas, não é?"...
Amei os lenços da Lovely. Encomendei finalmente chapéu de chuva kitschnet, mas esqueci-me que quero mais dois e um chapéu de sol. Reconheci a C. da Talking bags dos tempos de adolescente e ficou por pedir um ou outro artigo. Adorei os vestidos da nova colecção da D.O.T., os estampados românticos de um jardim imperial qualquer... O R. rabiscou na ardósia de carros da With love... by Sofia (brilhante ideia). O Papá vai ficar lindo de morrer com  o sling da Maria Café... Não conhecia a  mi & mo, que tem ripas de perder a cabeça. E, os berços da Ma petite princesse fizeram com que me esquecesse do resto... E, não consegui chegar ao Carrossel, projecto de uma das minhas bloggers favoritas, estava sempre lá alguém, porque precisamos de um cavalo branco...para o baby-shower da S. ... (a achar que o R. se vai apoderar dele primeiro)
Cor, gente miúda e graúda, sacolas penduradas em mim... A repetir, mas até lá, ainda vou fazer muitas mais compras...







segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Shhhhh... ainda é segredo!

Ainda em segredo... mas não consigo resistir a este retrato da lente fabulosa da Catarina!
Pixelizado de preview, mas ponteado de um brilho e luz branca de Sofia, a minha mini-Sofia...


Sofias mãe e filha em modo preview by Catarina Zimbarra



sábado, 22 de fevereiro de 2014

Marias, precisam-se!

Marias, precisam-se!
Marias grandes e pequenas, com muitos e com poucos anos, de olhos que fazem cócegas de morrer a rir, pensamento límpido e  rabiscado por fora dos contornos, que saibam fazer as pernas mexer com cordas e conversem com a alma. São estas raras Marias que empurram os sonhos e fazem algodão doce com sabor a framboesa com as pontas dos dedos. Reformulo, precisamos de um pouco de Marias destas em cada um de nós, rasgadas numa inocência de criança e a verter amor...

Levada às lágrimas, lamechas ou não, saboreiem-no como a um chocolate quente de frente da lareira... Imperdível... Basta clicar em C-O-R-D-A-S

R. em modo Maria

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Tenho em mim dois corações

Tenho em mim dois corações...
Tal e qual, dois corações, que batem em ritmos dançantes e pululam com as mesmas graças. Tenho em mim dois corações, presos por um fio de amor. Tenho em mim dois corações e levamos pela mão muitos outros. 
Tenho em mim um sonho que taquicardiza, com olhos de pepita de chocolate e pele de algodão doce, perfume de terra molhada e que dança sem parar.
Obrigada pequena S pela agitação turbulenta que não sabia o que era...

Escrito no embalo de sempre, a dançar com uma marcha ponteada junto ao umbigo... See you soon




Apelo à dádiva de sangue

Gota a gota, devemos ajudar...
Não consigo imaginar a angústia de querer uma unidade de glóbulos rubros ou um pool de plaquetas e não ser possível porque as reservas esgotaram... Não consigo imaginar o que é não ter. Não consigo imaginar o rebuliço de uma calamidade destas. Não quero imaginar este caos suburbano de um país que se afunda em gotas de nada. Ainda sou das que acredita que a dádiva de sangue é uma pura corrente de amor genuíno a um desconhecido. Não acredito que quem doava sangue o fizesse porque tinha folga no trabalho ou porque ficava isento de taxas moderadoras. Não posso e não quero acreditar nisso. Acredito que quem o fazia e que agora já não o faça, o tenha deixado de fazer porque simplesmente o tempo de ir fazer a colheita rouba duas horas ou mais no segundo trabalho ou implica que pague mais uma hora no colégio porque não pôde ir buscar os miúdos à escola. Acredito nisto porque sim. Como já não consigo espreitar os meus pés e quase não vejo o umbigo, apelo às pessoas sãs de sangue e coração que o façam... Gota a gota!

Um pedaço de cada um

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Pensamento a 4D

Adoro pensamentos voláteis que num passo de magia se transformam em pensamentos lacrados. Adoro pensar em coisas e adoro fazer coisas sem pensar... Mas, porque existem pensamentos alinhados e quem os reflita como ninguém pedi à homónima Sofia que pensa e escreve a 4D que nos falasse sobre gravidez...

Tic tac tica tac – pensar a gravidez e a maternidade

Embora sejamos uma sociedade envelhecida, é importante, talvez até por isso mesmo, pensar a gravidez e a maternidade porque, no fundo, ao fazermos esta análise estamos a reflectir sobre a nossa continuidade geracional e também sobre a nossa própria maturidade, como adultos que somos. Efectivamente, o nosso estatuto enquanto adultos começa aí. Somos um povo que foi perdendo os seus rituais de passagem e este, curiosamente, é dos poucos que ainda nos resta.
A gravidez é uma transição que requer uma ressignificação especialmente do papel da mulher enquanto mulher-ser feminino, enquanto esposa, enquanto profissional e enquanto mãe, mas também do homem, especialmente enquanto ser masculino, pai e marido, do casal enquanto par conjugal e também parental, e se pensarmos bem, de toda a família, porque é quando estas duas pessoas deixam de ser em primeiro lugar filhos, aos olhos dos seus próprios pais e restante família alargada, para passarem a ser pais e adultos, com outras preocupações, responsabilidades e objectivos de vida.
A gravidez é, então, uma transição, uma fase de grandes transformações, um momento de um enorme turbilhão de emoções e de adaptações a uma nova realidade. Adaptações a uma realidade externa e mudanças no nosso mundo interno, sem dúvida. Aceitação de uma nova identidade.

Muitas vezes este processo tem início mesmo antes da gravidez, quando se começa a sonhar o bebé e a fazer uma retrospectiva da sua própria vida e da sua história, das relações que construiu na infância com as pessoas mais significativas para si, com um olhar diferente, mais intenso, mais crítico até. Há um desejo profundo de fazer igual ou de fazer diferente. De fazer melhor.
A mãe da mãe é, de facto, o primeiro e principal modelo de comportamentos e afectos. Foi ela quem ensinou o que é ser mãe e como é que uma mãe se sente e se comporta. Acomodar-se ao papel materno é olhar para trás para projectar o futuro. É reavaliar relações, tanto nos aspectos mais gratificantes como nos mais dolorosos. É incorporar e mimetizar o que se considera altamente importante seguir e assumir o que não se quer fazer, por não ser adequado à sua forma de ser, por não fazer sentido, por ser sentido como muito negativo. Integrar e repensar-se enquanto filha e aceitar o que de bom e de menos bom houve no desempenho dos pais é essencial para se ser mãe.
Ao mesmo tempo que a mulher trabalha a relação com os seus pais, vai acomodando internamente as suas expectativas à realidade, gerindo todas as ambivalências próprias desta fase. Está feliz e não está feliz, quer a gravidez e não quer, aceita este novo estado e as transformações físicas e psíquicas inerentes e não aceita. Rejubila por tudo o que aí vem e teme as grandes mudanças. Sonha com um bebé ideal e uma gravidez ideal que, aos poucos,vão sendo substituídos pela mais doce ou mais dura das realidades.
Aos poucos vai crescendo a capacidade de pensar o bebé, à medida que a barriga cresce, à medida que os movimentos do bebé se fazem sentir, à medida que a data do parto de aproxima. Os cuidados consigo, com a alimentação, as consultas, os exames médicos, o pensar e preparar o quarto do bebé, os primeiros pontapés, as primeiras roupinhas efectivam esta realidade e espelham, sem dúvida, todo o investimento dos pais.

E eis que chega o parto, um processo abrupto caracterizado por mudanças rápidas. Este momento é temido, porque é doloroso, desconhecido e porque realmente é aqui que tudo começa, devendo o período pós-parto ser considerado a continuação do período de transformação, onde efectivamente se dá a separação mãe-bebé, onde ocorrem modificações fisiológicas sérias, bem como alterações na rotina e relacionamento familiar. Finalmente surge o bebé real e aceita-se o bebé que nasceu e aceita-se que o bebé é uma pessoa separada, que já não é só da mãe, mas também é do pai e até dos outros elementos da família.

O voltar para casa traz simultaneamente alívio e preocupação. Sai-se num dia e volta-se uns dias depois, para uma vida nova e diferente daquela que se deixou, uma vida que ainda não se compreende totalmente. É de facto muito raro haver mães que se sintam completamente adequadas a este novo papel, embora se ouça muitas dizer que nasceram para isto.
As necessidades do bebé e da mãe nem sempre são convergentes, o que é compreensível. Nem sempre a mãe se sente capaz, quando ela própria está fragilizada e a precisar de atenção e carinho. É então que começa a perceber que a realidade é mais complicada do que a fantasia que criou  e é imprescindível que peça ajuda e que se faça valer da sua rede de suporte e cuidados.

Todos estes meses a aceitar e compreender a gravidez e tudo o que a envolve e eis que agora a mulher tem de se desligar da gravidez para iniciar outra fase e esta é tão longa que vai durar toda a vida – a condição de ser mãe.

Quando se tem mais filhos pode parecer tudo mais fácil, pois afinal já se passou por aquele tsunami antes. Só que agora a sua família está mais complexa do ponto de vista relacional. A experiência que já se tem atenua a ansiedade e aumenta a eficácia, mas o facto de já se ter outro ou outros filhos cria medos difíceis ou impossíveis de ignorar. Medo de não conseguir cuidar dos filhos ao mesmo tempo, culpabilidade por ter de dividir a sua atenção e culpabilidade por não saber se vai conseguir amar os filhos de forma igual. É importante que a mulher veja este filho como um filho único, ou seja, diferente dos outros filhos e que prepare o(s) outro(s) filho(s) para a chegada do irmão ou irmã.

Será que ao escrever tudo isto estou a assustar quem me lê? Talvez não…possivelmente sim. A verdade é que são períodos difíceis, são períodos de crise. A boa notícia é que também são momentos óptimos para evoluir, para amadurecer, para aprender e crescer. São momentos mágicos, muito mágicos. Um dos riscos a ter em conta vem da própria sociedade que não dá espaço à mulher para não gostar desta fase, que cultiva o estereótipo de maternidade como “a fonte da eterna satisfação sem fim, ping-ping-ping”; que cultiva a ideia de que quem não gosta de estar grávida não pode ser boa mãe ou que a mulher tem forçosamente que passar pela maternidade para ser mulher. A maternidade não vem com um relógio no bolso tic-tac-tic-tac, não vem nos genes, não é inata. A noção de maternidade natural e instintiva não existe, ou melhor, parece existir porque a determinada altura as mulheres apercebem-se que de facto ser mãe é fundamental para a sua realização pessoal, num contexto em que a maternidade é valorizada e acarinhada, num contexto que permite que a mulher se sinta confortável com este papel. As mulheres que escolhem não ser mães não são menos mulheres, de maneira nenhuma. Para além de tudo, ainda há que lutar contra tantas expectativas e pressões. Basta vermos as frases que postamos nas redes sociais, os vídeos que partilhamos, os anúncios enternecedores que nos fazem ficar com lágrimas ao canto do olho e o coração a bater mais forte. São frases e anúncios onde o bem-estar sentido com a maternidade é realçado e o desconforto e as preocupações disfarçadas de brincadeiras e piadas leves, muito leves. Ser mãe e pai não é, afinal de contas, tão natural quanto a satisfação das nossas necessidades mais básicas.

E, aqui vai...tic-tac-tic-tac!

A vida a 2D

Shhh..é segredo

Segredo caiado de branco... Obrigada à querida Catarina pelos momentos e à beleza entre paredes antigas atenciosas do Torel Palace...

Só conheço estas...Risos

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Retratos

Retratos na manhã de sexta. Airosa, pintada de branco-morno, com janelas fartas a deixarem o sol bem tímido lamber  o chão de madeira antiga. Com perfume a tinta fresca e telhados de uma Lisboa molhada de chuva. Bolos fatiados de canela e maçã a enfeitarem tabuleiros de rainha já desgastados. Sumo de laranja a fingir ser veludo no palato. Gente afável com retoque do Sul. Olhos vorazes de Catarina, simples e táctica. Fugas veladas de um Pedro envergonhado. 
Retratos que não sei como serão... Barriga a espreitar para a lente! 
Nervoso miudinho!


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Avanço de Carnaval

Super-poderes concentrados num miúdo... em avanço de Carnaval...

Modo Peter Parker

Pernas abertas em modo combate

Sequência lenta de pensamento

Pensamento a passo de caracol misturado a colher de pau com carência de vitamina D até ficar sem grumos. Deixar verter para uma barriga de quem comeu uma cereja com caroço e repousar por dez minutos... Resultado: pessoa-mulher-já-antes-rezingona com uma moleza de fazer bocejar as pedras da calçada... logo, muito mais rezingona (para não dizer outra coisa)!

Lentamenteeeeeeeee

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Ao P

Das Ss e R, 

Perfume de sonho com pepitas de hortelã. Cabelo nero desarranjado de um  macdreammy de série de televisão. Pestanas debruçadas nuns olhos caídos de uma irriquietude permanente. Mãos hábeis de unhas outrora roídas. Alma traquina de adolescente em loucos 36 quase 37 anos de vida. Escondido num apelido infantil, o homem que me fez querer... Horas são poucas para começar mais um ano em que cresce uma família, mas em que espero que tu, tal como és, não cresças... 
À Mãe que te fez ser. Às mulheres que te moldaram para mim. Aos amigos que ficam, aos idos e aos que virão. 
A ti, a transbordar imperfeições tão perfeitas. 

P...