Sofia Ribeiro Fernandes, crónicas de uma Mãe Pediatra e de uma Pediatra Mãe



Sofia Ribeiro Fernandes, crónicas de uma Mãe Pediatra e de uma Pediatra Mãe


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Spa Forbabies

O toque, a massagem, o pele-a-pele são a pedra basilar do equilíbrio do recém-nascido, lactente e crianças. Estimulam os sentidos, a sensibilidade e despertam o amor. Somos apologistas de massagens, muitas vezes velozes porque a vida de mães trabalhadoras não permite que seja de outro modo. Agora, podemos parar, podemos despertar os sentidos num espaço próprio para os bebes.  Nós vamos experimentar....
Um presente com perfume a bebé, um momento suspirado, uma ideia genial, uma excelente escolha para o Natal: Spa Forbabies by Mustela. 

sábado, 7 de novembro de 2015

Contra o vento

Com a cabeça num turbilhão, tem sido assim. O desejo de escrever desgasta-se e a mesquinhez alheia apodera-se do pensamento. Achava que já sabia gerir poderosamente os olhares ade soslaio, a indiferença e a percepção de que os Rs dão efectivamente mais «trabalho» que os outros meninos. Mas quando após um mês de luta incessante contra um sistema pedagógico instalado, incontornável, duro e egoísta, nada muda, percebo o quanto somos poucos a remar contra a maré.
Reunião com a Coordenação da escola. Tentativas várias de telefonemas em vão. Aparecemos sem avisar e exigimos falar com alguém da direção. Dizem-nos coisas, muitas coisas acertadas que até com algum esforço consigo perceber. Digo-lhes outras em contrapartida, e explico-lhes que os Rs progridem, crescem, evoluem, adquirem competências. Dizem-me num tom brando, lânguido e a roçar a compaixão que «Uma criança deficiente nunca vai deixar de o ser...»... Ficamos por aqui. Páro com um olhar arregalado e a querer esmigalhar o pescoço em frente a mim. (Quase o fiz...) E, eu não sei isso? Não tenho qualquer prurido com o nome, termo, palavra deficiência, nunca tive, nem hei-de ter. Mas o ser deficiente não significa ser incapaz e desprezível. Não significa inércia e passividade. Ficamos por aqui. Sem soluções aparentes. Não nos dão, nem tentam dar, dizem com uma palmadinha nas costas, recheada de quase pena, tentem vocês, porque os pais têm mais força que os professores. Sim, esses tais professores, dessa tal escola que dizem aos pais dos meninos Rs que «o mal tem que se distribuir pelas aldeias».
Se cozinhar cada um destes sábios dizeres, conseguia fazer um livro de bolso que atenta à dignidade humana...
Não tenho escrito por isto, porque só consigo escrever o feio e é duro correr contra o vento.